Quarto da Gwen

Assim que entrámos no quarto da Gwen atirei-me para cima da sua cama e agarrei no pequeno peluche que ela tinha sobre a mesma, lembrava-me daquele peluche desde que éramos crianças. Já estava tão velhinho agora, ri-me para mim e olhei para a Gwen. - A tua mãe está em casa hoje? - perguntei-lhe enquanto agarrava também numa almofada.

Atirei-me para a minha cama depois dele e tirei-lhe a almofada dos braços - Se estás agarrado ao peluche, deixa a minha almofada. - deitei-lhe a lingua de fora - Não, ela está a trabalhar, só volta à noite. É para eu ter medo? - perguntei tentando não me rir - Vais violar-me? - perguntei piscando os olhos várias vezes - Não podes fazer isso, Juju.

Deitei-lhe também a língua de fora por ela me tirar a almofada e ri-me do que disse. - Sim, estava mesmo mesmo a pensar em violar-te. - levantei as sobrancelhas rindo-me. Fiz uma cara de mau ao ela chamar-me juju, andava sempre a chamar-me aquele nome feio e gay. Atirei-lhe com o urso à cabeça e fiz beicinho. - Não me chame isso. - pedi ainda com o beicinho.

Agarrei no peluche enquanto me ria e coloquei-o na cama como estava antes. Atirei-me para cima dele quando o vi a fazer beicinho e continuei a rir - Juju é sexy. É tão adorável. Mas tira a credibilidade toda à violação.

Agarrei-a quando se atirou para cima de mim e dei-lhe uma mordidela com pouca força numa das suas bochechas. - É nada, que nojo. - fiz uma careta. - Pois tira, por isso é que é Julian, isso sim é sexy. - sorri um pouco e depois voltei a fazer o beicinho, pois sabia que ela ia continuar a insistir com o Juju. - E estou amuado. - acrescentei tirando-a de cima de mim e cruzando os braços.

Olhei para ele a fazer beicinho e mordi o lábio para não me rir. Aproximei-me muito devagarinho dele e toquei-lhe numa das bochechas, várias vezes - Julian, se ficares amuado vou chamar-te Jujuzinho o resto da vida.

Abanei a cara quando ela me tocou numa das bochechas e continuei a fazer beicinho. - Ai não chamas não, além disso já me chamas isso desde sempre. - encolhi os ombros. - Vou pensar num nome horrível para te chamar e depois quero ver a tua cara de amuada. - disse.

Encolhi os ombros enquanto me ria e atirei-me para cima dele - Anda lá, Julian. - disse o nome dele devagar - Não te quero amuado, tenho uma coisa para te contar. Por isso tira esse beiço feio da cara.

Rodei-nos quando se atirou para cima de mim e apoiei-me nos braços para não fazer peso em cima dela. - Assim está muito melhor. - sorri e saí de cima dela voltando a deitar-me. Virei a cara para ele e arqueei uma sobrancelha. - O quê? - perguntei curioso.

Olhei-o semicerrando os olhos quando ele se pôs em cima de mim - Olha lá a violação, a minha mãe nunca mais te fala depois disso. - olhei para ele e mordi o lábio inferior - Promete que não te passas. Promete.

Dei uma gargalhada. - Tens assim tanto medo que eu te viole? - perguntei rindo-me. - A tua mãe não ia saber. - ri-me mais e depois fiquei sério quando ela disse aquilo. - Que andas a fazer Gwen? - perguntei semicerrando os olhos.

Fiz uma cara estranha enquanto abanava a cabeça - A minha mãe é bruxa, ela fica sempre a saber de tudo. - era verdade, aquela mulher sabia das coisas que eu estava só a pensar.
Revirei os olhos - Primeiro prometes e depois eu conto.

- Não ia nada saber, quando ela chegasse a casa já eu te tinha violado e feito sabe-se lá mais o quê... - disse. - E mesmo que soubesse se calhar nem se importava, acho que as nossas mães sempre nos quiseram ver juntos. - fiz uma cara estranha depois de dizer aquilo. Olhei-a muito sério. - Não vou prometer nada, diz-me que estás a deixar-me preocupado.

Fiz uma careta mas ri-me - Eu também acho mas isso é demasiado estranho. Conhecemo-nos desde sempre e somos melhores amigos. - mordi o lábio inferior e desviei o olhar para o chão - Promete lá, Julian.

- Muito estranho. - disse com uma careta, nunca nos tinha imaginado juntos de uma maneira que não fosse como amigos. - Melhores amigos para sempre. - ri-me. - Já disse que não vou prometer, diz lá Gwen. - pedi já impaciente.

Sorri-lhe e assenti com a cabeça. Conheciamo-nos desde bebés, pensar no Julian como mais do que amigo era a coisa mais estranha do mundo inteiro.
Respirei fundo e acabei por dizer - Bem, tu sabes que eu quero entrar numa escola de dança. A minha mãe tenta dar-me tudo mas eu sei que ela não anda ai com os bolsos cheios de dinheiro por isso eu pensei em arranjar o meu próprio dinheiro. - encolhi os ombros - Por isso.. agora canto e danço todas as noites num bar. - decidi ficar-me só por ali agora.

Sorri-lhe de volta e depois arregalei muito os olhos quando ela acabou de falar. - O quê??? - perguntei e sentei-me na cama virando-me para ela. - Um bar?? Que tipo de bar Gwen? - perguntei olhando-a seriamente e franzindo a testa.

Levantei o olhar para ele e encolhi os ombros descontraidamente - Tu sabes, um bar normal. - aquilo era tão mentira - É só dançar e cantar, não faço nada de mal. E ganho bem por noite, vou conseguir juntar o dinheiro.

Eu conhecia-a bem, demasiado bem e sabia que ela não me estava a contar tudo. - Diz-me a verdade Gwen. - levantei-me da cama e comecei a andar de um lado para o outro no quarto. - Explica-me o que fazes lá, sem me esconderes nada de preferência. - acrescentei.

Levantei-me da cama também e fui até ao meu closet, tirando de lá um dos fatos que usava lá no bar - Então, visto-me e ponho uma peruca morena - encolhi os ombros com naturalidade - e canto e danço. É só isso.

Arregalei os olhos assim que ela me mostrou aquelas roupas... se é que se podia chamar de roupas. Arranquei-as das suas mãos e olhei para elas. - Tu veste isto??? - perguntei olhando agora para ela.

Mordi o lábio inferior e assenti com a cabeça - Não é tão mau como parece, a sério. E só danço e canto, não é nada de mal. - estiquei-me até lhe tirar as roupas das mãos de novo.

- Só podes estar a gozar comigo. - disse olhando-a e suspirei quando me tirou as roupas das mãos. - Não é nada de mal? Aposto que estão para lá gajos nojentos a babarem-se e a olharem para ti. - disse irritando.

Abanei a cabeça com o que ele disse e voltei a arrumar as coisas como deve ser para usar logo - Não é assim. As pessoas vão lá para nos ver a dançar e a cantar, não a despir-nos ou o que seja que estás a pensar.