Praia Virginia Key

Sorri com um encolher de ombros dando-lhe um beijinho na testa. Estiquei-me até à minha colher assim que o gelado foi pousado na nossa mesa pelo empregado. - Obrigado - agradeci e tirei um morango que havia no topo do gelado com a colher até lhe dar na boca olhando-a depois com cara de mau quando disse que não ia conseguir - Estás a subestimar-me? - perguntei dando-lhe um beijo de seguida - eu vou conseguir, vou seguir-te ainda mais para todo o sítio, até às casas de banho se for preciso - ri-me.

Abri a boca quando vi o Dylan a vir com um morango para a minha boca. Encostei-me melhor a ele e sorri com o que o ouvi dizer. Acabei de mastigar o morango e roubei-lhe a colher para tirar um bocadinho de gelado e dar-lhe à boca - O que tu queres sei eu. - disse de olhos semicerrados enquanto sorria. Rocei o meu nariz no seu pescoço e mordisquei o mesmo de seguida - Mas não tens de te preocupar comigo aqui quem se tem de preocupar sou eu contigo.

Levei a minha boca na direcção da colher comendo um bocadinho do gelado que ela me tinha dado e ri-me abanando a cabeça - eu não quero nada, só te quero proteger - era verdade, ela ultimamente andava muito desastrada e com muito azar. "Ultimamente" ou desde que eu a conhecia, não era há muito tempo, mas há tempo suficiente para me deixar assim. - Não, eu também tenho que me preocupar contigo, já viste como é que tu andas? - perguntei tocando-lhe numa zona marcada que ela tinha no braço apesar de estar todo encolhido por ter roçado o seu nariz no meu pescoço.

Não consegui ficar sem sorrir com o que o Dylan disse sobre me proteger. Encostei-me mais a ele e baixei o olhar para a negra onde ele tocou e suspirei - São acidentes, eu não ando sempre assim. - voltei a levantar o olhar para ele e dei-lhe um beijinho no maxilar - Não precisas de me proteger, não sou nenhuma boneca de porcelana. - semicerrei-lhe os olhos - Já devias saber isso. Eu sou a má e rebelde. - fiz um ar convencido enquanto sorria - Lá porque agora vou ser a tua ama não vou deixar de ser assim. - ri-me e abracei-o com força.

Abanei a cabeça exagerando no modo como o fazia, para demonstrar a ironia- claro que não, nem deixas as marcas passarem que vêm logo outras novas - suspirei beijando-lhe os lábios - eu gosto de ti de qualquer maneira, mas isso também não te faz nada bem, tens que ter cuidado por onde andas - tentei não me rir. Eu não tinha muita moral, mas não estava tão marcado como ela estava, aliás, muito menos. - És de porcelana para mim - passei os dedos pelas suas costas - o teu disfarce de má e rebelde já caiu há muito tempo. - abracei-a assim que fez o mesmo e comecei a comer o gelado juntamente com ela.

- Eu não tenho culpa, as marcas perseguem-me. - ou melhor, eu vivia com as marcas em casa. Não podia explicar ao Dylan mas eu preferia as marcas. Ao menos na maior parte das vezes, quando ele me batia ficava-se só por ai. Nos dias em que não estava com a mão pesada, eu acabava deitada na minha cama a pensar em coisas agradáveis para fazer tudo menos continuar naquele quarto com ele em cima de mim. Encostei-me melhor ao Dy e sorri quando ele disse que para ele eu era de porcelana. Comecei a comer o gelado e ri-me com o que ele disse do meu disfarce - A culpa é tua. - abanei a cabeça e mordi-lhe o pescoço - Eu gostava de ser má e rebelde, até contigo era divertido mas agora cheguei à conclusão que é melhor ser eu própria contigo. - disse com um sorriso acanhado enquanto me sentia corar.

Ri-me com o que ele disse e fiz-lhe um pirete mesmo à frente da cara - Não consigo fazer isso, penso em ti e não vejo nada à frente. - mordi o lábio inferior e passei a pontinha dos dedos por dentro da sua camisola na zona da barriga, do fundo da barriga - Penso em ti no meu quarto em casa da minha tia a provocar-me e eu a provocar-te a ti e não consigo pensar mais nos degraus. - cheguei-me mais para ele e comi logo uma colherada de gelado enquanto sentia as festinhas dele na minha bochecha - Agora até coro. Eu nunca coro.

Ri-me assentindo com a cabeça - eu sei, eu sou daquelas pessoas em que é difícil parar de olhar e parar de pensar - beijei-lhe o pescoço, levando depois a colher de gelado à boca, mas deixei-a cair quando senti os seus dedos, apenas as pontas mas era tudo o que bastava para eu ficar todo atordoado. - A isso chamam-se pensamentos molhados - brinquei. Sorri abanando a cabeça - não faz mal, eu gosto de te ver corada por minha causa.

Agarrei na colher quando o Dylan a deixou cair e ri-me, tirando outra colherada de gelado - Pensamentos molhados? - repeti enquanto me ria - Sim, tu sabes isso muito bem. - mordisquei-lhe a orelha mas deixei-me ficar muito sossegadinha logo de seguida - Eu gosto de te provocar. - admiti enquanto o olhava - É sexy e faz-me corar também. É sempre por tua causa. - disse enquanto abanava a cabeça.

Pousei a colher quando o Dylan fez o mesmo ao gelado e abri a boca para falar quando ele começou a roçar os lábios na minha orelha, ou melhor, atrás da minha orelha, no sitio onde ele sabia que eu ficava super sensivel. Suspirei baixinho enquanto me sentia toda a derreter e mordi o lábio inferior com força - Gostas que eu fique corada porque eu fico sexy e pelos vistos também gostas quando eu fico desesperada por causa de ti.

Ri-me com o que ela me disse e abanei a cabeça - não, eu não gosto de te deixar desesperada num sítio publico - olhei em volta - eu vou pagar - disse agarrando-a para que se levantasse e fizessse o mesmo - e já vais ver o que é estar desesperada - disse num tom ameaçador indo até dentro do bar, pagando o gelado. Cumprimentei algumas pessoas que conhecia e fui de novo ter com Brooke - anda.

Semicerrei os olhos enquanto olhava para o Dylan e levantei-me do colo dele. Abri a boca para dizer que iamos dividir o dinheiro do gelado mas ele já tinha ido para o bar para pagar. Revirei os olhos e disse para mim mesma que da próxima quem pagava era eu. Mordi o lábio quando ele voltou e dei-lhe a mão, entrelaçando logo os nossos dedos - O que é que vais fazer? - perguntei enquanto me colava mais ao corpo dele.

Olhei para as nossas mãos que agora estavam juntas e levei-as aos meus lábios, dando-lhe um beijinho - vamos... - encolhi os ombros - fazer coisas, eu não gosto de espaços públicos - levantei o olhar na sua direcção e sorri - anda - puxei-a agarrando melhor no meu skate, andando a um passo rápido visto que a minha casa era muito perto dali.

Fiquei ali a tarde toda na praia apenas a fitar o mar, por mais que quisesse afastar da minha cabeça o que tinha acontecido, simplesmente isso parecia-me algo impossível.
Ao fim do dia voltei de novo para a minha casa, olhei para a da Gwen quando passei lá, suspirei e caminhei até chegar à minha casa.

Finalmente tinha chegado á praia, descalcei os Vans e peguei-lhes.
Andei um pouco até que me sentei para comer.
Estava delicioso como sempre. Depois de acabar fiquei apenas a olhar para o mar...

-claro-sorri-lhe finalmente tinha conhecido alguem que me compreendia e era simpatico - Tens de me dar o teu numero para combinar-mos mais coisas