Praia Virginia Key

Sorri quando me deu um beijinho na bochecha e depois um na testa e voltei a encostar-me ao peito dele. Assenti com a cabeça e olhei para a fogueira, colocando os braços dele à minha volta de novo - Vou ficar à tua espera. - assegurei com um sorriso radiante. Ficar bêbada fazia-me muito mal.

Sorri com o que ela disse e mordi o lábio. Ela estava bêbada, isso era certo, eu também não estava assim muito sóbrio apesar de tudo, mas mesmo assim, ela não pode fazer uma coisa que não quer, ou pode? Se amanhã ela ficasse completamente diferente comigo eu descobria. Ai amanhã... Amanhã o meu irmão matava-me.
-Eu vou ter contigo - prometi com um sorriso. Mordi o lábio apesar de não querer estragar o momento e acabei por suspirar - quando quiseres ir embora diz, já é tarde.

Com ele podia ficar bêbada mais fazes, fazia-me deixar de ser uma cabra para ele e comportar-me decentemente. O meu medo era que falasse de mais e isso não podia acontecer. Mordi o lábio quando ele disse que era tarde e levantei-me, sacudindo o rabo - Sim, eu tenho de ir.. - se o meu pai ainda andasse nos copos estava safa, se não quando chegasse já me esperava uma tareia, como sempre.

Tentei não mostrar muito desânimo assim que ela se levantou e levantei-me a seguir assentindo, agarrei na sua mão apenas para que ela não fugisse enquanto eu fosse buscar as minhas coisas - eu levo-te a casa pode ser? - perguntei-lhe - não consigo deixar-te sozinha agora

Entrelacei os nossos dedos quando ele me deu a mão e assenti com a cabeça, sorrindo. Aquilo podia ser uma muito má ideia mas eu sabia que o meu pai ainda não estava em casa, por isso é que tinha de ir agora, antes de ele voltar. Antes que ele pudesse ver o Dy e fazer-lhe mal. Meti-me m bicos de pés e beijei-lhe a bochecha, sorrindo contra a mesma - Pode, Dyzinho. Obrigada.

Sorri quando ela disse que sim e comecei a andar para fora da areia ao seu lado. Eu sabia o caminho para onde ela morava de cor e salteado, mas não lhe ia dizer. Sim, eu era mesmo um perseguidor, mas eu gostava dela. De uma coisa eu sabia, ela era toda misteriosa e disse eu não sabia se gostava. Beijei-lhe a testa enquanto andava e pelas raras vezes, não pus o skate no chão, queria passear com ela.

Encostei-me ao braço dele enquanto andávamos e agarrei bem no meu skate para que este não me caisse. Fechei os olhos e sorri quando ele me beijou a testa e continuei a andar em direção a minha casa, sempre colada a ele. Aquilo estava a acabar e eu queria aproveitar - Obrigada pelo convite e obrigada por me levares a casa.

Encostei a minha cabeça à dela e fechei os olhos enquanto andava, não que tivesse sonoo, porque não tinha, estava ainda todo alegre por causa da bebida, e estava com a pica toda, estava mesmo era triste. Queria ficar com ela durante mais tempo, mas também não queria que arranjasse problemas para o seu lado, ainda por cima não ia muito com a cara do pai dela, por isso... era melhor. - Não tens que agradacer - encolhi os ombros passando as pontas dos dedos pelas suas costas

- Tenho sim. - disse com um sorriso enquanto sentia os dedos dele a passar pelas minhas costas. Meti-me em bicos de pés até lhe chegar à bochecha e beijei a mesma assim que vi a minha casa ao longe. Gostava de viver mais longe, para ficar mais tempo com ele - Segues agora para tua casa ou vais mesmo levar-me à porta? - perguntei sorrindo.

Desviei o olhar dela para a sua casa e contive-me para não suspirar, sorri com o beijo na sua bochecha e dei-lhe um beijo na testa. - eu levo-te à porta - recomecei a andar sorrindo-lhe, só queria gastar mais um bocadinho de tempo, queria estar perto dela antes que ela me desse com os pés.

Assenti com a cabeça e continuei a caminhar encostada a ele até à porta de casa. Parei em frente à mesma e atirei o meu skate para o chão, com cuidado apesar de tudo. Meti-me em bicos de pés e rodeei o seu pescoço com os meus braços enquanto me aproximava para o beijar. Ri-me quando a luz do alpendre se acendeu e rocei os meus lábios nos dele - É a Ruth, a minha empregada. Ela quer ir para casa e só pode quando chega alguém. - ela costumava dormir lá mas ultimamente ia dormir a casa da irmã. Tinha a certeza que era um pedido do meu pai, ela não sabia o que se passava. E ainda bem que tal como eu pensava, ele ainda não tinha chegado. Cheguei-me mais para ele enquanto o olhava e sorria - Porta-te bem e sonha comigo. - disse antes de o beijar.

Agarrei-a pela cintura, tendo que me baixar um bocadinho para ela rodear o meu pescoço e assenti com a cabeça quando olhei para a luz - Está bem, agora já chegaste, desde que ela não te meta em problemas - encolhi os ombros sorrindo um bocadinho de novo. Dei-lhe um beijinho, roçando o meu nariz no dela - Está bem - murmurei, eu sonhava sempre com ela, nem valia a pena controlar - tu também - esforcei-me para me afastar.

Olhei para a porta e abanei a cabeça - Ela não me arranja problemas, ela só quer ir para casa. - rocei os lábios no maxilar dele. Assenti com a cabeça enquanto deixava cair os braços e o via a afastar-se - Eu também vou sonhar contigo. - disse com um sorriso - Até amanhã, Dy. - abri a porta de casa e despedi-me da Ruth que me sorria toda feliz por me ver a sorrir que nem uma parvinha.

Sorri quando ela disse que ia sonhar comigo e suspirei quando ela entrou em casa. Virei costas de sua casa e passei a mão pelo cabelo, nem queria acreditar na noite que tinha sido hoje. Coloquei o skate no chão e saltei para cima dele começando a descer em direcção de minha casa. Olhei as horas e depois o céu, vendo que já era tarde, ou melhor, cedo. Mesmo assim, quando cheguei a casa, meti-me logo no quarto, não ligando ao meu irmão e a outra rapariga que lá estava, por estarem a dormir.

Quando passei por John na zona dos corredores ele deu-me um pequeno empurrãozinho, fazendo-me revirar os olhos, ele parecia mais ansioso que eu, era impressionante. Olhei para Brooke que estava ao telemóvel, sorrindo-lhe e apertei bem o meu skate nas mãos e comecei a descer a rampa até à zona da praia. - Ainda nem vi em que posição fiquei - disse com um encolher de ombros.

Assim que chegámos à praia, descalcei as minhas sapatilhas e agarrei nas mesmas, sorrindo assim que senti a areia nos pés. Virei a cara para o Dylan quando falou e suspirei - Tens de ver. Tenho a certeza que apesar de tudo, ficaste num bom lugar. - sorri e estiquei-me até lhe dar um beijinho na bochecha. Voltei a meter-me direita e mordi o lábio inferior - Posso fazer-te uma pergunta? Não tenho nada a ver e não tens de responder mas ouvi e.. sei lá, sou gaja, sou cusca.

Encolhi os ombros olhando para a zona onde tinha sido o campeonato, mas acabei por desviar o olhar, afastando-me apenas para tirar as vans e a camisola, já que tinha calções vestidos, já tinha planeado vir para a praia. Olhei-a quando ela me perguntou se podia fazer uma pergunta e fiz uma careta assentindo com a cabeça - diz, eu também sou cusco - olhei para o mar com um meio sorriso.

Atirei os vans para a areia e despi a minha roupa devagarinho, apesar de tudo, ainda achava estranho andar de biquini ou o que fosse com o corpo todo marcado, ainda mais com o Dylan a ver. Fazia-me sentir pior em relação ao que me acontecia em casa. Só gostava de ser diferente para poder ficar com ele. Quando ele soubesse de tudo, ia achar-me uma nojenta e nunca mais me ia querer ver. Prendi o cabelo num rabo de cavalo enquanto o olhava e assenti - Tu.. - tossi em seco para falar mais alto - És virgem?

Não resisti quando ela se começou a despir de passar mesmo muito ao de leve as pontas dos dedos pelas suas novas marcas, até pareciam de propósito, eram sempre no mesmo sítio. Levantei o olhar para ela depois de fazer o rabo de cavalo e levante uma sobrancelha, mordendo o lábio de seguida assim que continuou. Não sabia o que dizer, o mais lógico era dizer a verdade, mas eu... Mordisquei o meu lábio olhando-a e assenti com a cabeça juntamente com um suspiro - isso incomoda-te?

Sorri quando senti a mão do Dylan a passar pelas minhas feridas e fechei os olhos por um bocadinho, abrindo-os assim que ele falou. Virei-me para ele e abanei a cabeça com a sua pergunta, chegando-me mais para ele. Estiquei-me toda e dei-lhe um beijinho no maxilar - Dylan, claro que não me incomoda. - abanei a cabeça e não consegui ficar sem sorrir - É adorável. - dei-lhe um beijinho nos lábios e abracei-o. Estava a ficar tão apaixonada por ele e aquilo era mau, mau para mim mas principalmente mau para ele. Ele ia apanhar uma desilusão quando soubesse de toda a verdade e se o meu pai soubesse, era capaz de o matar.

Fechei os olhos quando me deu um beijinho no maxilar e quando a voltei a olhar encolhi ligeiramente os ombros, podia incomoda-la. Eu era rapaz, o mais comum era ser ao contrário, a rapariga ser virgem, não era ao contrário. Mas eu tinha a particularidade de andar sempre de estado em estado e assim não era fácil. Levantei uma sobrancelha olhando-a quando me disse que era adorável. - É adorável porquê? - fiz uma careta abanando a cabeça. Não era de todo adorável.

Cheguei-me mais para o peito do Dylan e encostei-me a ele, deixando-me estar com os braços à volta do seu tronco. Porque é que era adorável? Porque quem me dera poder dizer-lhe que era virgem e que queria a minha primeira vez com ele, num sitio romântico cheio de velas e rosas e todas essas coisas que as raparigas querem. Mas não podia dizer-lhe nada disso porque eu já era tudo menos inocente, já tinham sido várias as vezes em que tinha estado estendida naquela cama a desejar estar fora dali, deixar de pertencer ao meu corpo - Porque é uma coisa fofinha estares a guardar-te para alguém especial. - disse com um pequeno sorriso assim que levantei o olhar para ele.

Levantei ligeiramente a sobrancelha e sorri sentando-me na areia, ficando a olhar durante um bocado o mar. - Não é nada demais - encolhi os ombros - há muitos rapazes da minha idade virgens - olhei-a. - Mas normalmente quando se olha para mim toda a gente pensa que não - ri-me baixinho, não tinha piada porque havia mesmo raparigas que ficavam desiludidas e acabavam por dar meia volta e ir à procura de outro que lhes desse peso. Mas eu também não queria gente dessa, eu andava obcecado pela Brooke e agora que sabia que ela também me tinha andando a "seguir" mais ou menos, ia fazer de lapa. - Tu és? - perguntei baixinho mordendo o lábio para não sorrir muito.

Assim que ele se sentou na areia, sentei-me no colo do Dylan, com as minhas costas contra o seu peito enquanto olhava para o mar - Eu pensava que não. - confessei com as sobrancelhas juntas - Tu és todo - mordi o lábio inferior - giro e sexy e isso. E andas sempre de um lado para o outro, pensava que já tinhas deixado montes de raparigas de rastos. - raparigas como eu. Engoli em seco com a pergunta dele e continuei a olhar para o mar. Podia mentir-lhe. Podia dizer que ainda era virgem mas.. odiava mentir-lhe e já o fazia tantas vezes por causa das nódoas negras, não lhe queria mentir sobre aquilo também. Mas estava a dar um passo para o inicio do Dylan me odiar, o que até era bom.. Ele precisava de se afastar de mim antes que alguma coisa lhe acontecesse, alguma coisa de mesmo muito má que eu sabia que o meu pai era capaz de fazer - Não. - disse baixinho abraçando-me a mim própria.

Encolhi ligeiramente os ombros - continuo a deixar - brinquei com um sorriso malandro, acabando mesmo por me rir. Já tinha deixado algumas raparigas mal, mas nada de propósito, não gostava de magoar as pessoas, principalmente porque também já tinha saído magoado. Continuei a olhar o mar quando ela disse que não e encolhi os ombro - ainda bem, assim podes ensinar-me umas coisas - ri-me, mas quando a olhei vi que a sua expressão não era muito boa, por isso aproximei-me devagarinho, passando um dedo pela sua bochecha. - Estava a brincar. - murmurei.