Casa da Andrea

Comi o resto da panqueca e subi o olhar de novo para Andrea com um meio sorriso, olhando para Brooke como se lhe estivesse a perguntar se ela queria ir. Eu não queria ir já para casa, queria estar mais tempo com ela.
- Eu já acabei, se ela quiser ir, eu vou - olhei os seus olhos, eu estava tão apanhadinho.

Virei a cara para o Dylan assim que acabei de comer e por mais que quisesse, não consegui conter o sorriso quando o vi a olhar para mim. Era impossivel. Bastava ele olhar e pronto, eu sorria como uma totó e até corava, por amor de deus. Assenti com a cabeça e tirei as pernas do colo dele apenas por que me ia levantar - Sim, vamos. Lago ou praia? - perguntei-lhe com um sorriso.

Olhei pela janela com um encolher de ombros - podemos ir ao lago para variar um bocado - levantei-me quanto tirou as pernas do meu colo e dei-lhe a mão com um sorriso ao de leve, olhando depois para a tia dela e piscando-lhe um olho enquanto me ria.

- Está bem. - disse com um sorriso e revirei os olhos quando vi o Dylan a piscar o olho à minha tia - Parem de namorar. - refilei e a minha tia riu-se. Olhei para o Dylan e fiz um beicinho - Namora só comigo. - apesar de parecer uma criancinha pequena, estava a falar a sério, muito a sério mesmo. Não o queria assim com outra rapariga. Não queria que ele as beijasse ou tocasse ou dissesse o que me dizia, queria-o só para mim. E isso era muito errado. Ele tinha era de se afastar enquanto podia, enquanto não sabia de nada que o fizesse ter nojo de mim e enquanto o meu pai não soubesse dele e ainda fosse atrás dele para lhe dar uma tareia. Entrelacei os meus dedos com os do Dylan e puxei-o para que saissemos da casa e fossemos para o lago.

Olhei-a quando ela disse para pararmos de falar e ia dizer que só fazia isso com ela, quando ela me interrompeu. Mordi o lábio enquanto olhava para a rua e agarrei-lhe na mão - não te preocupes, só faço isso contigo - disse beijando-lhe a bochecha, olhando pelo canto do olho para o lado. Baixei-me, fazendo-a baixar-se também e estiquei-me para tocar na água. -Uma vez afoguei-me num lago - ri-me não sei bem porquê.

Sorri e rezei a todos os santinhos para que as minhas bochechas não tivessem corado. Esperava bem que não. Sentei-me na borda do lago e virei a cara para o Dylan quando contou que uma vez tinha-se quase afogado - O que é que aconteceu? - perguntei de sobrancelha levantada e cheguei-me mais para ele até me encostar ao seu peito.

Toquei-lhe nas bochechas rosadas e aproximei-a mais de mim quando se encostou ao meu peito. - Não me lembro, tinha três anos - encolhi os ombros - só me lembro do meu irmão a salvar-me - sorri ao de leve e voltei a olha-la - e tu? Não tens uma experiência de quase morte? - Eu tinha mais.

- E mesmo assim depois disso foste fazer surf. - disse rindo-me. Deitei-me de costas na relva e puxei o Dylan para que deitasse a cabeça em cima da minha barriga, de baneira a que eu conseguisse mexer-lhe no cabelo. Mordi o lábio inferior enquanto pensava. Tinha tido muitas experiências perto disso mas não lhe podia contar - Tive, logo quando nasci. - olhei para o céu e suspirei - É a minha tia que me conta estas coisas. Eu ia morrendo no parto porque a minha mãe estava muito fraca - por causa de tudo o que o meu pai lhe tinha feito a vida inteira, o que tinha levado a uma gravidez de risco - e acabou por morrer ela quando eu nasci.

Encolhi os ombros quando disse que mesmo assim fui fazer surf - gosto demasiado para deixar a água - disse tocando com as pontas dos dedos molhados na sua bochecha. Mordi o lábio com o que ela me contou e levantei o olhar para os seus olhos - O meu avô materno também morreu quando eu era bebé. A minha mãe diz que ele era parecido comigo, também gostava de o ter conhecido. - fiz uma careta, as situações não se comparavam, mas..

Ri-me quando ele me molhou as bochechas e agarrei na mão dele, entralaçando os nossos dedos, continuando a fazer-lhe festinhas no cabelo com a outra. Assenti com a cabeça e mordi o lábio inferior - Eu também gostava de ter conhecido a minha mãe. As coisas agora era diferentes. - murmurei com um suspiro. Olhei para ele e ri-me - O teu avó também era campeão em skate e quase campeão de surf?

Fechei os olhos enquanto ela me dava festinhas na cabeça e encostei a minha cabeça ao seu ombro com um meio sorriso. Ri-me com a sua pergunta e abanei a cabeça quando consegui parar de rir - não, mas ele gostava de desporto - encolhi os ombros - eu não sei, são aquelas comparações que as familias fazem. O meu irmão é parecido com a minha avó.

Continuei a dar-lhe festinhas enquanto olhava para o céu e sorri quando o ouvi rir do que eu tinha dito - Adoro ouvir-te rir. - disse meio distraidamente. Levantei ligeiramente a cabeça para o conseguir olhar mas voltei a deixá-la cair. Ri-me com o que ele disse - Ainda bem que quem se parece ao avô és tu. O teu irmão é meio bicha.

Sorri com o que ela disse e levantei-lhe a cabeça quando a baixou e dei-lhe um pequeno baixinho - olha que a coroa cai - abracei-a com mais força, encostando a cabeça no seu ombro. - a minha avó é a pessoa mais aventureira de sempre, é a única que contraria a minha mãe, é grande maria rapaz, o meu irmão é tudo menos bicha - ri-me.

Continuei com as festinhas que lhe estava a fazer no cabelo e sorri-lhe, desviando o olhar para o lago. Entrelacei melhor os nossos dedos e ri-me com o que ele disse - A tua avó é toda rebelde. - passei a pontinha dos dedos pela bochecha dele e passei para os seus lábios, delimitando os mesmos.

Ri-me quando disse que a minha avó era toda rebelde e assenti com a cabeça dando-lhe festinhas com as pontas dos dedos no seu ombro - a minha avó é a pessoa mais fixe que eu conheço da minha família - sorri mordiscando-lhe o dedo e desviando um olho para as horas. - eu preciso de ir - murmurei com um suspiro, olhando para as nossas mãos, só depois sorrindo com o meu pensamento- vem comigo.

Sorri com o que ele disse da avó e assenti com a cabeça. Os meus avós maternos tinham morrido muito cedo, nem se quer os tinha conhecido, e do lado do meu pai, não sabia de familia nenhuma. Apoiei-me nos cotovelos para ficar a olhar para o Dylan e mordi o lábio inferior - Ir contigo? Mas.. eu não quero chatear ninguém, Dy. - fiz uma pequena careta - Ai merda. Mas o que é que tu me fazes à cabeça? - fechei os olhos e suspirei. Ele conseguia acabar com a minha "armadura" tão facilmente que não sabia se isso era bom ou mau.

Levantei uma sobrancelha e encolhi os ombros - não vais chatear ninguém, só vais até minha casa - fiz uma careta e arregalei os olhos com o que ela disse, desviando o olhar para a água. - Eu não sei - falei devagar recomeçando a levantar o olhar para ela - Desculpa, acho eu.

- Mas deve estar lá o teu irmão e assim. - mordi o lábio quando o vi a olhar para o lago e suspirei baixinho, chegando-me mais para ele até me sentar no seu colo. Coloquei uma perna de cada lado e rodeei o pescoço do Dylan com os meus braços - Não peças desculpa. - rocei os meus lábios nos dele - Eu gosto. Gosto mesmo muito. - até de mais mas por mais que quisesse, não conseguia evitar ou acabar com aquilo.

-E o que é que tem o meu irmão? Ele não morde - sorri-lhe levemente - e vocês têm gosto em comum - encolhi os ombros. Toquei de novo na água, parando quando ela se veio sentar no meu colo. Mordi o meu lábio quando ela pediu para não pedir desculpas e dei-lhe um beijinho ao de leve, sorrindo quando disse que gostava - Gostas mesmo?

- Espero que não, prefiro os teus dentes. - mordi o lábio inferior e passei o meu dedo indicador pelos lábios do Dylan. Sorri quando ele se esticou para mim para me dar um beijinho rápido nos lábios e assenti com a cabeça - Gosto mesmo, Dy. Gosto mesmo de ti. - esfreguei o meu nariz na camisola dele e sorri quando lhe senti o cheirinho - Eu vou contigo. - fiz uma careta - Assim que me obrigares a sair de cima de ti.

Ri-me com o que ela disse - especialmente aqui - mordi-lhe onde tinha descoberto o seu ponto fraco, atrás da orelha e puxei-a mais para mim, deslizando os lábios pelo seu pescoço. Sorri quando disse que ia comigo e assenti com a cabeça, levantando-me com ela ao colo, para depois a colocar no chão.

Fechei os olhos quando ele me mordeu de propósito na minha zona sensivel e suspirei - És tão mau. - murmurei com a voz um tom abaixo do normal. Mordi-lhe o lábio inferior quando se levantou comigo ao colo e sorri assim que me meteu no chão. Ajeitei o meu cabelo e a roupa e agarrei-lhe na mão, entrelaçando os nossos dedos de seguida - Se eu começar a abusar - mordisquei o lábio nervosamente - afasta-me. Não faz mal.

Ri-me quando disse que era mau e quando já estávamos de mau dada eu abanei a cabeça com um sorriso convencido - eu não sou muito mau - brinquei beijando-lhe a testa. Juntei as sobrancelhas com o que ela disse e mordisquei a parte de dentro da minha bochecha. - Como é que poderias abusar?

- És sim. Agora que descobriste o meu ponto fraco só gostas de me provocar. - disse-lhe de olhos semicerrados. Virei a cara para ele e continuei a mordiscar o lábio inferior nervosamente. Encolhi os ombros e desviei o olhar para as nossas mãos - Não sei. Se começar a fazer muitas coisas que não queiras ou se te fartares, não faz mal. - voltei a levantar o olhar para ele e sorri levemente.

-Olha quem fala - brinquei com ela, levantando a sua mão até à minha boca, beijando a mesma com cuidado. Levantei uma sobrancelha com o que ela disse - não há nada que tu me possas obrigar a fazer - olhei-a - não abusaste em nada - puxei-a para lhe dar um beijo na testa.