Cascata

-Eu ligo-lhe, mas se atender é só uma vez num mês. Ela nunca aprovou isto e ficou um bocado chateada. - fiz uma careta - esquece isso, está quase a chegar o aniversário dela, eu e o Ryan estivemos a falar de ir lá durante uns dias - encolhi os ombros - vamos vê-las na mesma.

Assenti com a cabeça quando ele disse que ia ver a família durante uns dias e mordi o interior da bochecha. Sim, ficar longe dele durante uns dias ia fazer-me bem. Podia ser que assim deixasse esta merda de ideia de lado e me voltasse a focar em manter as pessoas longe de mim - Depois dá-lhe os parabéns por mim. - murmurei.

Sorri levemente assentindo com a cabeça - vou ensina-la a dizer o teu nome - disse dando-lhe uma festinha na bochecha. Brooke era um nome difícil de dizer mas, ela ia conseguir. - gostava que a visses um dia, ela era tão engraçada - calei-me para deixar de falar dela de vez.

Ri-me quando o Dylan disse que a ia ensinar a dizer o meu nome - Pode ser só Bro, é mais fácil. - encostei-me mais à curva do pescoço dele e dei-lhe um beijinho no maxilar, sorrindo contra o mesmo - Eu também gostava de a ver. Pode ser que um dia isso aconteça. - sorri mais e levantei a cabeça até lhe dar um beijinho na bochecha.

-Bro ela chama-me a mim - disse com um sorriso malandro dando-lhe uma festinha na bochecha. Encolhi-me ligeiramente quando senti a sua respiração a embater no meu pescoço e fechei os olhos sorrindo levemente - Eu levo-te lá - olhei-a depois de me dar um beijo na bochecha.

Mordi o lábio inferior quando ele disse que um dia me levava lá. Não me parecia - Não acho que isso seja possivel. - disse encolhendo os ombros - O meu pai nunca na vida me vai deixar sair daqui. - não era que eu tivesse muitas amigas mas ele nem me deixava ir dormir a casa de outras pessoas. Mal me deixava ir à da minha tia, quanto mais sair de Miami.

Semicerrei os olhos quando ela disse que o pai não a ia deixar - não faz mal, eu falava com ele - não gostava nada dele, só pela cara de brutamontes, mas isso resolvia-se - ou então... - beijei-lhe a testa - ou então ela vem até a ti. - sorri-lhe olhando para a água da cascata.

- Não. - disse logo quando o Dylan disse que falava com o meu pai - Ele não ia deixar na mesma. - rocei os lábios no maxilar dele quando virou a cara para olhar para a água da cascata. No dia depois daquilo odiava sempre que me tocassem, como tinha acontecido com o gordo, mas com o Dylan, era diferente. Mesmo assim só queria estar agarrada a ele - Posso só ver fotografias, não faz mal.

Fiquei-a a olha-la quando disse logo que não, não me dando oportunidade de outra coisa, mas assenti com a cabeça. Trazia-a cá eu, não devia ser muito difícil. Acabei por fechar os olhos quando senti os seus lábios no meu maxilar e dei-lhe festinhas no cabelo sorrindo levemente - um dia vais vê-la que eu sei.

Sorri quando senti as festinhas dele no meu cabelo e assenti com a cabeça - Está bem. - disse sorrindo levemente. Deitei a cabeça no ombro dele de novo e passei a pontinha dos dedos pelo seu pescoço, enquanto olhava para a água da cascata - Queres ir tomar banho? - perguntei com um sorriso.

Olhei-a quando perguntou se queria tomar banho e mordi o lábio, sentando-me em cima da rocha - se vieres comigo eu vou de certeza - saltei para o chão agarrando nela com cuidado para a colocar também lá - vens comigo? - perguntei tocando-lhe no queixo para me olhar.

Olhei para ele quando me levantou a cabeça e assenti, sorrindo levemente - Hm. Não vais ficar tipo em choque? - perguntei mordendo o lábio inferior enquanto pensava em todas as negras que tinha na pele - Não estou em lá muito bom estado. - murmurei antes de me afastar dele e despir primeiro os calções e depois a camisola, deixando as nódoas das pernas, tronco, costas e braços completamente à mostra. Sem contar com as da cara que ele conseguia ver normalmente. Desviei o olhar para a água e suspirei.

Fiz uma careta quando ele perguntou se não ia ficar em choque e não respondi, não queria prometer uma coisa que não sabia se ia cumprir. E não conseguia mesmo. Quando ela se despiu ficou a olha-la durante algum tempo. - o que é que ele te fez..? - aproximei-me devagarinho cerrando o maxilar com um suspiro. - Não conseguiste mesmo reconhecê-lo? - Sorte para ele, continuava vivo, eu matava-o, eu matava-o.

Mordi o lábio inferior e deixei-me estar com os olhos postos no chão - Nada.. Esquece isto. - disse com um suspiro - Não, não consegui ver quem era. Dy, esquece, por favor, não vale a pena. - estiquei-me até lhe dar um beijo na bochecha e entrei para a água, deixando-me estar com a água até aos ombros - Dylan, anda.. - pedi baixinho enquanto olhava para ele - Eu estou bem.

Fiquei ainda a olha-la, com o maxilar cerrado, por estar tão irritado, mas quando percebi que isso não a deixava bem, aproximei-me dela, entrando na água e assim que cheguei à sua frente, abracei-a passando as mãos ao de leve pelas suas costas beijando-lhe a testa - eu não deixo, vou só fingir - sorri um bocadinho.

Encostei-me ao peito dele quando entrou na água da cascata e me veio abraçar. Fechei os olhos e sorri, apesar do que ele disse. Sentia-me segura ali com ele, só queria ficar para sempre assim, com o Dylan e longe daquela casa. Já tinha pensado várias vezes em fugir ou fazer alguma coisa mais dramática mas sabia que não ia resultar em nada e acho que no fundo não tinha coragem. Aqui sempre tinha a minha tia e amigos e.. o Dylan. Dei-lhe um beijinho no peito e puxei-o mais para mim - Eu estou bem, já passou. Esquece e dá-me mimos.

Sim, eu estava mesmo apaixonado. Era este o termo lamechas, mas era o mais correto. Se não estivesse, não sentia uma vontade de matar, a pessoa que a tinha magoado, tão doentiamente, até estava a começar a ter medo de mim próprio. Cerrei o maxilar, mas para que ela não se preocupasse tentei parecer mais descontraído, abraçando-a com força, tendo cuidado com as suas nódoas negras. Não acreditava que ela estivesse bem, não conseguia olhar para ela e pensar assim. Dei-lhe um beijinho no ombro e festinhas nas costas enquanto olhava para o outro lado do rio - eu dou os que quiseres.

Sorri ligeiramente quando ele me abraçou com cuidado e me fez festinhas. Eu sabia que ele queria saber mais coisas mas eu não lhe podia dizer, não o que ele queria saber. Eu ia fazer de tudo para o deixar a ele longe disto, era a única maneira de o Dylan ficar bem. Puxei-o mais para dentro da água da cascata e encostei-me a ele - Porquê eu? - perguntei curiosa - Porque é que me persegues a mim?

Comecei a andar, agarrado a ela, até à zona da cascata, fazendo-a sentar-se numas pedras, comigo à frente. Rocei as pontas dos meus dedos pelos seus ombros e só subi o olhar para ela quando falou sorrindo do que me perguntou. Encolhi os ombros - as pessoas não se escolhem, eu só gosto de ser stalker.

Sentei-me na pedra e coloquei as pernas à volta dele, para o puxar para mim. Precisava de o sentir ali ao pé de mim, sentia-me tão segura com ele. Sorri com o que ele disse e encolhi os ombros - Mas tem de haver uma razão para seu eu e não a Marie por exemplo, ou outra qualquer. - mordi o lábio e meti uma mecha de cabelo molhado atrás da orelha - Mas é a mim que persegues.

Abanei a cabeça quando disse que devia haver uma razão. Para eu explicar-lhe porquê tinha que me declarar e eu não queria que ela se assustasse e fugisse. - Eu não sei - disse tocando no cabelo molhado que ela colocou atrás da orelha - comecei a encontrar-te nos mesmos sítios que eu e - encolhi os ombros fazendo uma careta - não sei.

Ri-me com o que ele disse e assenti com a cabeça. Baixei o olhar quando me tocou no cabelo molhado e cheguei-me mais para a ponta da pedra para estar mais perto do Dylan. Mordi o lábio inferior e olhei-o, passando a pontinha dos dedos pelo seu peito - Ainda bem que sou eu. - disse-lhe com um pequeno sorriso.

Abracei o seu pescoço quando encostou a cabeça ao meu peito e fechei os olhos, encostando a cabeça à sua - pois é - murmurei - tu até consegues ser boa - piquei-a - no skate, claro - disse arregalando os olhos apesar de estar mais a falar da outra parte.

Mordi-lhe o ombro e deixei-me estar encostada a ele com um sorriso, enquanto o puxava mais para mim - Eu sou boa, por isso é que tu não me deixas. - ainda bem que ele não me deixava, não conseguia ficar sem ele, era mau mas era verdade. Rocei os lábios pelo maxilar dele e sorri contra o mesmo - Obrigada, Dy.

Ri-me com um revirar de olhos e passei as mãos pelas suas costas, dando-lhe festinhas, fechando os olhos quando senti os seus lábios no meu maxilar - De nada Brooke - falei baixinho baixando o olhar para os seus olhos e depois para os seus lábios, aproximando-me devagarinho até eles.